Alto do Rodrigues: Separação das gêmeas siamesas Ana Clara e Any Vitória, depois do destaque no Jornal nacional da TV globo, ontem foi a vez das gêmeas sairem no Folha de São Paulo
Gêmeas Ana Clara e Any Vitória (Foto: Adrinao Vizoni/Folhapress) |
O caso das gêmeas siamesas Ana Clara e Any Vitória, que nasceram unidas pela base da coluna e cuja a família reside em Alto do Rodrigues, foi destaque nesta quinta-feira no site oficial do jornal Folha de São Paulo. Elas foram separadas com sucesso, por meio de uma cirurgia que teve a participação de 15 profissionais e com a duração de dez horas.
As meninas receberam alta nessa terça-feira, após duas semanas de recuperação, mas família permanece na casa de parentes aguardando a autorização do médico para retornar a sua cidade de origem. Clique aqui e veja a matéria do Folha S. Paulo.
Confira matéria exibida no Jornal nacional dia 14 de maio.
Gêmeas siamesas são separadas
em cirurgia delicada em São Paulo
Além do sistema reprodutivo, dos órgãos genitais, o final da coluna e da medula estava unido também. Em 20 anos de cirurgia para separação o médico não tinha visto nada igual.
Kátia
Cunha da Costa precisou de toda a valentia da mulher sertaneja para
enfrentar o que viria pela frente em sua segunda gravidez.
“O médico falou que era gestação gemelar e que elas eram grudadas. Eu fiquei assustada”, lembra a mãe.
No dia do parto
outro susto: a maternidade onde ela fez o pré-natal foi interditada por
causa de uma bactéria. Um médico desconhecido fez o parto.
“Ele ficou
aperreado porque era uma gravidez de risco. Porque eram gêmeas e eram
coladas. Ele não estava me acompanhando e, assim, foi às pressas”,
conta.
Ana Clara e Anne
Vitória sobreviveram ao parto, escaparam da estatística de mais de 80%
de mortalidade entre gêmeas que nascem coladas. Kátia precisou de ajuda.
“Tudo era difícil.
Para dar banho, porque uma estava dormindo, a outra estava acordada. Era
difícil”, diz Maria da Cunha, tia das gêmeas.
Em 20 anos de cirurgia para separação o médico não tinha visto nada igual.
“Foi o primeiro que
foram crianças que são unidas pela parte posterior, que tem o nome de
pigopadas. Estava unida toda a parte da coluna sacral e também alguns
órgãos pélvicos”, explica Uenis Tannuri, médico do Instituto do Coração
do HC-SP.
O exame mostra que
além do sistema reprodutivo, dos órgãos genitais, o final da coluna e da
medula estava unido também. Essa seria a parte mais delicada da
cirurgia que trouxe as irmãs do Rio Grande Norte para São Paulo aos 7
meses de vida.
Os momentos mais
difíceis dessa longa espera aconteceram no centro cirúrgico do Instituto
da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. Uma equipe de vários
profissionais, 15 médicos de especialidades diferentes se uniu para
separar as irmãs. A cirurgia demorou 10 horas. Começou em uma sala
apenas e terminou em duas.
“Eu fiquei muito emocionada. O coração foi a mil”, comemora a mãe.
E hoje o momento
tão esperado, hora de curtir verdadeiramente em dobro pequenos detalhes,
como vestir uma calcinha de rendinha em cada uma. Fazer as malas e
ganhar o que Kátia mais queria para cada uma de suas filhas.
“Uma sensação de estar livre”, diz a mãe.
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