Transposição do Rio
São Francisco deve chegar ao RN ainda este ano, segundo o Ministério do
Desenvolvimento Regional — Foto: Divulgação/Ministério da Integração
Nacional
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"As grandes estruturas
que conduzem as águas do Velho Chico no Eixo Norte estão com 96% de
execução física e deverão entrar em operação no segundo semestre de
2019. Este é o eixo que abastecerá municípios do Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do Norte", afirmou o MDR.
Em meio às celebrações
do Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta-feira (22), o G1
procurou gestores envolvidos com a situação para tratar sobre a solução
para a falta do precioso líquido. O Rio Grande do Norte está preparado
para a transposição? Quanto vai custar esta água? Quem vai pagar a
conta?
Custos
De acordo com o
Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), o governo
estadual tem mantido constante contato com o MDR. “O ministro Gustavo
Canuto veio ao nosso estado e aqui tivemos uma audiência com a
governadora Fátima Bezerra e com o secretário estadual do Meio Ambiente e
dos Recursos Hídricos (Semarh) João Maria Cavalcanti. Na ocasião,
falamos da transposição e a governadora afirmou que levaria essa agenda à
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em abril para o
tema ser tratado, em especial, o caso dos quatro estados que irão
receber as águas”, destacou Caramuru Paiva, diretor do Igar.
Até lá, de acordo com o
secretário João Maria Cavalcanti, ainda não há uma estimativa de
valores. “É preciso, primeiro, que a água chegue. Depois, pensamos em
valores”, ressaltou. “Pelo que entendemos, os valores da manutenção do
Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) devem ser pagos pelos
quatro estados que serão beneficiados com a transposição, mas só quando
todos estiverem de fato sendo beneficiados. Defendemos um consórcio,
incluindo uma participação do próprio governo federal. Mas, tudo isso
ainda está em debate”, emendou Caramuru.
Já o Ministério do
Desenvolvimento Regional, que também aguarda que estas questões sejam
esclarecidas, explica que a quantidade de água a ser utiliza e o valor
dela deverão ser estabelecidos por meio do Plano de Gestão Anual e
validados pelo Conselho Gestor do Sistema, mas já antecipou que as
medidas necessárias à operação comercial do PISF estão sendo discutidas
com os governadores dos estados contemplados.
Por fim, o MDR lembra
que o Eixo Leste, que já está em funcionamento há dois anos –
abastecendo 38 municípios pernambucanos e paraibanos – ainda não gerou
custos aos governos estaduais.
Barragem de Oiticica,
em Jucurutu, vai represar as águas do São Francisco que chegaram ao RN
pelo Rio Piranhas/Açu — Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1
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Preparação
Enquanto a
transposição não chega ao RN, Semarh e Igarn dizem que o governo
estadual segue executando obras estruturantes que permitirão ao estado
uma melhor convivência com os longos períodos de seca. O exemplo é a
Barragem de Oiticica, em Jucurutu, que será a primeira represa a receber
as águas do São Francisco em solo potiguar. As obras de construção do
reservatório, que terá capacidade para até 600 milhões de metros cúbicos
de água, estão 72% prontas. “A previsão é de entregarmos a barragem
pronta até o final do ano”, afirmou Cavalcanti.
“Oiticica é a redenção do Rio Grande do Norte”, disse o titular da Semarh.
G1RN
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