A Estação Primeira de Mangueira levou o
Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial em 2019. A verde e
rosa foi premiada pelo desfile completo, em que tudo funcionou, a
partir de um samba maravilhoso, o desenvolvimento perfeito do enredo e o
trabalho de alegorias e fantasias. A agremiação levou ainda os prêmios
de melhor porta-bandeira, para Squel Jorgea, e de melhor samba-enredo,
para a canção “História pra ninar gente grande”, que arrebatou a Marquês
de Sapucaí.
Este ano, a Mangueira cantou um enredo
sobre os heróis esquecidos da História do Brasil e levantou as
arquibancadas com uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada
a tiros em 14 de março do ano passado.
“Este é o trabalho de muita gente, é bom
ser reconhecido pelo Estandarte. Estou há quatro anos na Mangueira e
este é meu terceiro estandarte de melhor escola. Mais importante do que
ganhar prêmios, é se sentir orgulhoso do trabalho apresentado na
Avenida”, comentou Leandro Vieira, carnavalesco da verde e rosa.
Desde os primeiros versos do samba da
Mangueira, o público não parou mais de cantar. Apaixonados pela verde e
rosa choraram. Alguns com camisas de outras escolas também. Passaram
pela avenida personagens como Luisa Mahin, Esperança Garcia e Chico da
Matilde. Ao fim do desfile, o público gritou “é campeã” .
“Foi uma grande surpresa, eu realmente
não esperava. É um prêmio que eu divido com meu mestre-sala Matheus
Olivério, que é meu tio, e a Ana Paula Lessa, nossa coreógrafa. Agradeço
muito a confiança deles, o amor e a força da comunidade que passou o
ano nos abraçando e ofertando carinho”, disse Squel, da verde e rosa.
Para o júri, além de trazer para o
carnaval deste ano uma das melhores letras da história de sambas-enredo,
a Mangueira teve uma bela melodia, que fugiu de clichês. Os autores
premiados são Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie
Oliveira e Danilo Firmino.
Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel,
Salgueiro, Portela e Grande Rio empataram em segundo lugar, com dois
prêmios cada. União da Ilha e Mocidade, um cada.
Vice-campeã do ano passado, a Tuiuti
recebeu o Estandarte de Ouro de melhor enredo. Este ano, a escola de
samba de São Cristóvão cantou na avenida a história de um bode eleito
vereador no Ceará, como crítica política à situação atual do país. A
agremiação também levou a melhor na eleição de melhor ala, por “O bode
picando a mula do Sertão”, uma ala da comunidade.
A Grande Rio teve a bateria aclamada
pelos jurados, sob o comando do mestre Fabrício Machado, o Fafá. Os
emojis voadores da comissão de frente da escola de Duque de Caxias
mereceram o prêmio de inovação deste carnaval, para o júri.
Já a revelação 2019 foi o mestre Macaco
Branco, da bateria da Vila Isabel, pelo resgate das origens da
agremiação. Em sua estreia na avenida, ele garantiu o desfile da escola.
A azul e branco ainda teve o melhor passista masculino, Hudson Gaspar.
Bellinha Delfim mostrou o samba no pé no
desfile no Salgueiro e foi eleita a melhor passista feminina. A escola
tijucana também teve a melhor ala das baianas.
A melhor comissão de frente foi a da
Portela, coreografada por Carlinhos de Jesus. O puxador da agremiação,
Gilsinho da Portela, também foi eleito o melhor na função.
O melhor mestre-sala foi Phelipe Lemos,
da União da Ilha. Pelo trabalho que faz na Mocidade Independente de
Padre Miguel e por sua atuação no desfile deste ano, Tia Nilda, foi
escolhida a personalidade de 2019.
O Estandarte de Ouro é organizado desde
1972 pelo GLOBO, o troféu também tem a participação do jornal Extra. A
premiação tem 15 troféus para o Grupo Especial e dois para a Série A,
ambos vencidos este ano pela Acadêmicos do Cubango.
Compuseram o júri o jornalista Argeu
Affonso, presidente; o escritor Alberto Mussa; o jornalista Aloy
Jupiara; o empresário Bruno Chateaubriand; a cantora Dorina; o professor
da Uerj Felipe Ferreira; o ator, produtor e escritor Haroldo Costa; o
jornalista Leonardo Bruno; o produtor musical Luis Filipe de Lima; o
pesquisador Luiz Antonio Simas; o jornalista Marcelo de Mello,
coordenador; a professora e carnavalesca Maria Augusta; o músico Mestre
Odilon; e a pesquisadora e escritora Rachel Valença, que só julgou as
duas categorias da Série A.
O grupo assistiu ao desfile no camarote
“Quem/O GLOBO”, entre os setores 7 e 9. A entrega dos prêmios será dia
16 de março na quadra da Vila Isabel. A venda dos ingressos é pelo siteingressocerto.com/estandartedeouro.
A pista custa R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia); a mesa para quatro
pessoas, R$ 200. Leitores do GLOBO e do “Extra” têm desconto de 50% com o
código estandarte2019. (Com informações O Globo).
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