Praia em Natal — Foto: Sandro Menezes
O Rio Grande do Norte deve ter um acréscimo médio de 1ºC para o próximo verão, segundo estima a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn). Citado nos alertas de ondas de calor ainda no mês de setembro, o município de Caicó, na região do Seridó, registrou uma temperatura máxima histórica de 40,6ºC nas últimas semanas.
Uma onda de calor com temperaturas de 5ºC acima da média estão impactando estados das regiões Sudeste e Centro-Oste do Brasil, segundo aponta os alertas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitidos desde 8 de novembro.
Gilmar Bistrot, chefe da unidade de metereologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), aponta que a onda de calor no Brasil está relacionada com a facilidade dos deslocamentos de massa de ar quente e fria ocasionada pelo El Niño, que avança pelo continente e pode chegar nos estados ao Norte do país.
Aqui no Nordeste, essa época do ano é muito quente. A temperatura média no interior está em torno de 38º C, 39ºC”, diz Gilmar.
Não existe um grau mínimo para que seja definido como onda de calor, mas pode ser determinado a partir da existência de uma grande área com uma temperatura homogênea. Enquanto isso, a sensação térmica é estabelecida pelo conjunto de altas temperaturas e da baixa umidade.
Já era esperado pela Emparn desde a semana passada que a onda de calor trouxesse impactos ao estado, principalmente nas cidades localizadas na região do Seridó. “Alguns lugares como Pau dos Ferros e Caicó podem ter temperaturas chegando à máxima de 41ºC”, sinalizou o profissional.
Além do fator El Niño, grandes centros podem ter a tendência de se tornarem “ilhas de calor permanentes” que, segundo Gilmar Bistrot, estão relacionadas a impermeabilização do solo, crescimento e retirada da cobertura verde nas cidades. “Não tem como nós regredirmos, ou recuarmos no tempo, para ter um conforto térmico melhor. Está muito perigoso para humanidade a questão de buscar praticidade e modernismo sem se preocupar, por exemplo, em plantar uma árvore”, alertou o profissional da Emparn.
Tribuna do Norte
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