Foto: Reprodução
Um pescador capturou um peixe-leão na praia de Touros, Litoral Norte potiguar, na manhã desta quarta-feira (20). A espécie é invasora, ameaça a biodiversidade local, e foi encontrada pela primeira vez no Rio Grande do Norte em 2022.
O peixe foi capturado pelo pescador João Goron. Primo do pescador, o vereador Lelis Neto estava na praia no momento da chegada dele, vindo do mar, e filmou o animal.
De acordo com Lelis, João Goron já tinha visto um animal da espécie no mar, dias atrás, mas conseguiu capturar o peixe nesta quarta-feira (20).
O secretário de Pesca do município, Décio de Oliveira, afirmou que essa é a primeira vez que se tem notícia da captura de um animal da espécie no município.
“Estamos entrando em contato com os órgãos competentes (ICMBio e Ibama) para que nos orientem sobre as medidas necessárias e para que não haja nenhum incidente com nossos pescadores e a população. Por ora, estamos orientando os pescadores dos riscos e da presença dessa espécie”, afirmou.
O peixe-leão tem pelo menos 18 espinhos e parte deles é venenosa. Por isso, a população deve evitar tocar nos animais, segundo alertou o professor de oceanografia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Guilherme Longo.
“Pode causar um acidente bastante doloroso. A recomendação é que a população não manipule o animal, mas nos avise onde você viu esse animal, para que a gente possa tomar as providências necessárias. Se um pescador acabou capturando esse animal, também pode nos avisar, porque para a gente é um material biológico valioso, mas também deve ter cuidado na manipulação dos espinhos”, disse.
Os avisos aos pesquisadores podem ser feitos por meio do perfil do programa De Olho Nos Corais, do Laboratório de Ecologia Marinha da UFRN, no Instagram.
Peixe-leão
A ocorrência da espécie no litoral potiguar foi registrada pela primeira vez em julho de 2022, em Tibau, na região Oeste potiguar. O segundo peixe-leão foi encontrado no estado no mês seguinte em Porto do Mangue. Desde então, a espécie também foi vista em várias partes do litoral nordestino.
A chegada da espécie típica do oceano Indo Pacífico acendeu um alerta entre especialistas. O peixe-leão não tem predadores naturais na região, se reproduz rapidamente e gera prejuízos ao meio ambiente e às comunidades de pescadores, porque se alimenta de espécies que são consumidas economicamente. Segundo os pesquisadores, um único peixe-leão pode comer 20 peixes em menos de meia hora.
O veneno dos espinhos não é fatal, mas causa inflamação, dor local, náuseas e convulsões. O animal pode chegar a 47 centímetros de comprimento. Informaçõres do g1/RN.
Comentários
Postar um comentário