Infelizmente, Areia Branca registrou uma fatalidade que entra para a estatística das pessoas mortas por engasgo. Apesar de parecer normal, essa é a causa da morte de cerca de 3 mil pessoas por ano no Brasil.
Além de provocar uma tosse incessante, se não for tratado o engasgo pode causar uma asfixia causada pela obstrução das vias respiratórias e que pode fazer com que a pessoa tenha uma parada cardiorrespiratória, desmaie e levando ao óbito.
Na noite de domingo, 14, um menino de 6 anos morreu após se engasgar com um pedaço de carne. O caso aconteceu na comunidade de Redonda, no litoral de Areia Branca (RN). A vítima chegou a ser levada ao Hospital Sara Kubitschek pelos familiares, mas não resistiu.
De acordo com o hospital, ao dar entrada, a equipe médica observou que a criança já estava sem os sinais vitais. Ainda assim, foi realizado o protocolo de reanimação, mas Josué Kaleb do Vale Oliveira Torres não resistiu.
O corpo do menino foi encaminhado para o Instituto Técnico-Científico de Perícia, em Mossoró, e liberado na manhã desta segunda-feira, 15.
O velório e o sepultamento ocorreram em Redonda, comunidade onde foi registrada a ocorrência e onde mora a família da criança.
Engasgo
O engasgo nada mais é do que a resposta do organismo para tentar expelir um corpo que entrou “pelo caminho errado” na hora de engolir a comida. Esse erro é evitado graças a uma estrutura chamada epiglote, localizada atrás da língua, que funciona como uma válvula. Ela normalmente permanece aberta, para que o ar entre na traqueia e chegue aos pulmões. Mas, na hora de engolir, essa estrutura se fecha para que a comida não entre nas vias respiratórias, e sim no caminho para o estômago.
O que fazer nesses casos?
Quando ocorre uma respiração no meio do momento de engolir, ou alguma outra prática que leve a epiglote a agir de forma diferente do que deveria, o alimento entra na parte errada e passa a obstruir a respiração. Com isso, o corpo reage, na forma do engasgo.
Normalmente não há grandes problemas, e o corpo estranho é expelido. Mas, quando a pessoa não consegue desengasgar, a situação demanda a ajuda de terceiros para evitar quadros graves.
A forma mais utilizada para desengasgar uma pessoa é a manobra de Heimlich. Ela envolve uma pressão, realizada por uma outra pessoa que não esteja engasgando, na região da boca do estômago (região epigástrica) para ajudar o corpo a expelir o alimento, ou objeto, que esteja obstruindo a traqueia.
De acordo com o Ministério da Saúde, a outra pessoa deve se posicionar por trás da que está se engasgando e abraçá-la na região do abdômen. Nessa hora, uma das mãos deve permanecer fechada na área da boca do estômago, como formando um punho, enquanto a outra mão é posicionada sobre ela, comprimindo-a.
Então, é preciso realizar um movimento de gancho, empurrando a área da boca do estômago para dentro e para cima, como se fosse levantar a pessoa que está engasgando do chão. Isso deve ser feito repetidas vezes até que o alimento, ou objeto, seja expelido pela vítima. Em crianças, é necessário ajoelhar-se antes de dar início ao protocolo, para ficar na altura correspondente.
Se a vítima for um bebê, com menos de um ano de idade, essa manobra não é aconselhada. Nesse caso, deve-se colocar o bebê de bruços em cima do seu braço, levemente inclinado para baixo, e fazer cinco compressões no meio das costas, na região entre as escápulas. Caso ainda assim o bebê não desengasgue, a pessoa deve virá-lo para cima e realizar mais cinco compressões sobre o osso que divide a região do peito, o esterno.
Mesmo com as manobras, é importante que a emergência médica tenha sido chamada. E, claro, as duas manobras aplicam-se apenas para vítimas conscientes. Caso o engasgo leve rapidamente a pessoa para um estado de inconsciência, a primeira atitude a ser tomada deve ser chamar a ajuda médica. Se a vítima não for rapidamente socorrida, o índice de mortalidade pode chegar a 40%.
Como evitar?
Na hora das refeições, mastigar devagar é essencial para evitar o engasgo, assim como as realizar sentado. Cortar pequenos pedaços e fracionar bem os alimentos no garfo também são ótimas dicas, bem como não engolir comprimidos e cápsulas a seco, prefira sempre com água.
Refluxos gastroesofágico e síndrome da apneia obstrutiva do sono não tratados também são grandes aliados no engasgo e devem ser acompanhados por profissionais. O excesso de café, álcool, comidas quentes e tabagismo também devem ser tratados com atenção, pois induzem inflamações relaxamentos e fechamentos anormais da epiglote. (Com informações Fantástico – TV Globo).
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