“Sistema não quer me prender, quer me matar, diz Bolsonaro

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em um evento para apoiadores na quinta-feira, 25, em Caxias dos Sul (RS) que o presidente Lula (PT) retirou dele dois carros blindados – algo que o ex-mandatários não têm direito – e perdeu dois funcionários de sua segurança, pois estão proibidos de se comunicar com ele por serem investigados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. “Eles não querem me prender, querem que eu seja executado”, disse.

“Vocês estão acompanhando nas redes sociais o que aconteceu naquela tentativa de assassinato de Donald Trump. O Serviço Secreto foi negligente. Quando eu retornei ao Brasil, pela Presidência tinha direito a dois carros blindados, e Lula pessoalmente me retirou esses dois carros blindados. Eu tenho direito a oito funcionários. Os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, me tiraram. Até mesmo meu filho, o 02 [Carlos Bolsonaro], teve seu porte de arma negado pela Polícia Federal. Eles querem facilitar. (…) Não posso pensar em outra coisa”, completou.

Depois, em entrevista à coluna de Guilherme Amado, no “Metrópoles”, o ex-presidente explicou que não menciona mais o STF (Supremo Tribunal Federal) em seus discursos, prefere só “bater” no Lula. Alguns magistrados enxergam a postura de Bolsonaro como modo de guerra na relação com a Corte.


Ao ser questionado sobre a frase de que “eles” querem executá-lo, Bolsonaro disse que fez alusão ao “sistema como um todo”, e não ao presidente ou ao STF. “O sistema é uma coisa mais ampla. Sou um cara que importuna o sistema, querendo ou não”, acrescentou.

Indagado em relação aos ataques proferidos por seus apoiadores contra o ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente afirmou que “não toca no assunto”, mas destacou que não defende o pedido de prisão contra o magistrado. “Não bato em [Rodrigo] Pacheco, [Arthur] Lira, no STF. Só bato no Lula. Luto por justiça e anistia para esse pessoal”, pontou, em referência aos condenados pelo STF pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.

Bolsona ainda afirmou sentir nas ruas rejeição das pessoas ao presidente Lula. “Ele está fode*** a gente. Taxou até roupinha da China e agora quer taxar o Pix”, disse. A cobrança de Pix para empresas pela Caixa, definida no fim do governo do ex-presidente, foi suspensa em 2023 pela atual gestão.

Ao falar sobre a motivação de realizar atos públicos, o ex-presidente ressaltou que espera reconquistar seus direitos políticos e deseja se candidatar à Presidência da República, em 2026, porém, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o declarou inelegível por oito anos.

“Se eu puder me candidatar, eu ganho, tenho certeza disso”, concluiu.

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